28 de maio de 2015

Autismo- Uma "dor" desconhecida- Luiza Gosuen

O autismo é considerado uma síndrome do espectro autista que causa distúrbio do desenvolvimento humano. Não apresenta sintomas clínicos e o diagnóstico é elaborado por profissionais experientes em observar comportamento inadequados.

Ao nascer, não é possível diagnosticar com exatidão, em uma criança manifestações de sintomas que possam constatar a presença do Autismo, que é um transtorno onde se caracteriza pelo padrão de comportamento repetitivo, contido em si mesmo, dificuldades para se comunicar , incapacidade de interagir socialmente com qualquer pessoa.
Por volta dos 2 anos de idade é que começam a surgir os sintomas aparentes de que algum tipo de dificuldade no desenvolvimento emocional, cognitivo, sensorial e intelectual não estão sendo processados de maneira habitual, só então se torna mais evidente a observação do comportamento para um possível diagnóstico. Porém, com observação mais apurada e  pais atentos  já se pode constatar que alguma coisa está diferente com esse bebê.

**Bebê autista (característica observáveis antes de 2 anos de idade):

Atitudes  diferenciadas que os pais podem observar em seu bebê, quando comparados com o comportamento de outras crianças na mesma idade ou em outros filhos:

-Não olha no olho da mãe quando está mamando;
-Não olha para a câmera quando numa selfie;
-Não conseguem dar tchau, e quando fazem viram a mão para si mesmo:
-Luz e barulho os incomoda muito;
-Não demonstra alegria;
-Não entendem o que é tristeza e não manifestam sentimentos; 
-Não sabem brincar, apenas manipulam os brinquedos;
-Não dão atenção quando o chamam , não se importam;
-Apresentam movimentos repetitivos, como de um pêndulo, quando estão nervosos, indo para frente e para trás quando sentados ou em pé balançando de uma perna para a outra. Também podem apresentar movimento dos braços ou das mãos como se estivesse tremendo;
-Olham fixo para a TV, não estão concentrados apenas com olhar fixo, porém longe  e nada desvia a atenção;
-Atraso na fala e poucas palavras no vocabulário;
-Param de falar por algum tempo e desaprendem o que já sabiam;
-Dificuldade de se comunicar;
-Não conseguem seguir instruções simples;
-Aponta usando a mão de outra pessoa, ou leva a pessoa até o que ele que;r 


Os transtornos podem variar de intensidade leve, onde não há comprometimento da fala ou da inteligência, como na Síndrome de Asperge, diferente do Autismo que pode até atingir formas graves onde o portador, dependendo do nível de comprometimento, pode apresentar quadro de retardo mental, comportamento agressivo e incapacidade de qualquer contato interpessoal.


A criança até então ficaria perdida em seu mundo, sem poder ou saber como manter contato com o lado exterior. Está presa a um corpo e não sabe como controla-lo. 

Era preciso uma ponte para esse contato, que só agora começa a ser construída.

Recentes estudos estão alicerçando possibilidades de que a pessoa autista não só sabe se comunicar, mas sabe quem é  e o que sente, precisa apenas de alguém que consiga ouvi-la , entendê-la e consequentemente poder ensiná-la a resolver o que está passando em seu interior, pois a luta é com seu cérebro que, através de bloqueios, impede  e trava a realização do que se deseja fazer.

Por exemplo, quando vemos um autismo debatendo seus braços fortemente ou com movimentos semelhante a espasmos era considerado apenas um sintoma peculiar da doença, porém agora sabemos que esses movimentos são dolorosos. 

São movimentos exagerados para conter a dor de um formigamento intenso  nos braços, como se estivessem pegando fogo; quer se livrar desse incomodo, mas não sabe se comunicar oralmente para isso, então agita fortemente os braços na tentativa de resolver o problema.

Outra característica comum  do portador de autismo é tapar os olhos e os ouvidos, permanecendo assim por um longo tempo e não tínhamos um padrão de explicação com segurança para essa atitude. Agora, as pesquisas mostram que esse comportamento seria para impedir o excesso de informações sensoriais vindas do exterior que estão chegando até elas, sendo que  não querem ou não conseguem processar todas essas informações.

O funcionamento do cérebro no autista é diferente, ou seja, ele não suporta sobrecarga de sons, cores, luzes, imagens, cheiros e até de muitas pessoas conversando . O tapar os ouvidos,  gritar ou chorar repentinamente , fazer movimentos repetitivos, ter acesso de raiva e até convulsões são  maneiras de bloquear esses estímulos que incomodam devido a forte sensibilidade que sentem.

Um sintoma comum que verificamos é de que o autista não consegue fixar os olhos em uma pessoa quando alguém fala com ele, isso porque para ele, esse fixar o olhar seria  como que tirasse milhares de fotos simultaneamente com os olhos numa fração de segundos. Todo esse excesso de informação causa uma sobrecarrega em seu cérebro que não consegue suportar, então desvia o olhar.

Outro comportamento comum é o de alteração no humor ou chorar sem motivo aparente. Pode ser considerado algumas vezes como efeitos colaterais a medicamentos usados pela criança e como ela não sabe expressar o que sente, isso causa essas atitudes como manifestação de mal-estar e que, até então, eram consideradas como sendo normal à doença.
Deve-se considerar também que muitas vezes as reações da criança a fatos ocorridos podem ser retardatários, ou seja  ela pode chorar por um fato que aconteceu há algum tempo  e que na hora ela nem manifestou nenhuma reação, porém passado um certo tempo, conseguiu processar aquele fato e só agora foi capaz de chorar e, portanto,   pode até ser em um momento inadequado e sem compreensão para os que estão à sua volta.

A alimentação é outro fator importante a ser observado, pois são resistentes à mudanças em sua alimentação. Basicamente preferem um tipo de alimento que nem sempre o que gostam é saudável. A introdução de alimentos corretos na sua dieta poderá trazer muitos benefícios ao seu desenvolvimento.
Alimentos que contém glúten, farinha de trigo, leite e a soja podem proporcionar transtornos alimentares e até alergias. Quando eles são retirados da dieta os autistas geralmente ficam mais calmos e ocorre melhora da atenção e concentração. Por apresentarem uma deficiência enzimática no intestino que causa essa condição.

Alimentos como salgadinhos, sucos em pó artificial, gelatina, balas, sorvetes e tudo que contém corantes estimulam a hiperatividade, por essa razão devem ser banidos da dieta dos autistas.
A ocorrência de sintomas gástricos é muito elevada em autistas, como constipação intestinal, (intestino preso), diarreia, gastrite, refluxo. Ofereça sucos de frutas naturais batidos com folhas de couve, tudo sem coar, pois as fibras irão ajuda no funcionamento do intestino
No caso de gastrite e refluxo evitar alimentos com temperos industrializados que irritam o estômago. Retire também frituras, guloseimas com muito açúcar e alimentos ácidos como laranja, limão e abacaxi.

Algumas crianças babam e cospem muito. Achava-se até então que era uma atitude agressiva da criança, porém agora em pesquisas realizadas pode-se entender que pelo motivo da criança autista não falar, a musculatura da boca torna-se bem flácida, impedindo-as de engolir a saliva e, o cuspir ou babar é a maneira utilizada pra eliminar essa saliva que as incomodam, causando-lhes desconforto.
Sabemos agora que ao exercitar os músculos da boca com massagens, exercícios  usando vibrador e alimentos que precisem fazer mais força para degluti-los ajudará a fortalecer esses músculos e evitar o acúmulo de saliva como também facilitarão no treino de exercícios fonéticos, incentivando a elaboração de alguns fonemas.

Quanto aos movimentos repetitivos que um autista faz, como o balançar a cabeça de maneira ritmada, principalmente quando alguém esta falando com ele considerava-se como falta de interesse, que não estava prestando atenção e nem ouvindo o que era dito a ele. Agora, são entendidos como uma forma diferenciada de manifestação. É uma reação semelhante a que muitos de nós temos quando estamos em uma sala de aula como: ficar enrolando o cabelo no dedo enquanto a professora ensina ou quando você fica rabiscando algo quando está falando ao telefone.

Todos esses relatos conseguidos em pesquisa, alargam as fronteiras do que até então era desconhecido e proporcionam a nós, profissionais da área de comportamento, uma visão agora com mais esperança  de que poderemos ultrapassar esse caminho desconhecido e atravessar a ponte para o contato direto com essas pessoas que queriam se comunicar e não conseguiam visualizar o outro lado. Agora uma pequenina luz já começa a iluminar nosso entendimento para que possamos compreendê-los e orientá-los a trilhar um caminho não tão árduo.

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